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15 giugno 2010

Quando o presente é o futuro – Parte 1

Ciao a tutti.
E' uscita la prima parte dell'articolo in portoghese che girerà in Brasile per contrapporre gli intenti di "sviluppo sostenibile" in Amazzonia.
Deforestazione, strade, industrie, alberghi ecc. ecc.
La Valle del Sacco come esempio negativo.

http://blogs.d24am.com/amazonstreet/2010/06/11/quando-o-presente-e-o-futuro-parte-1/
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“Nós somos as cobaias do mundo sobre o estudo do impacto dos pesticidas no organismo humano”.
Ciociaria. Na língua italiana a letra “c” é pronunciada quase com volúpia, “tciotciaria”. A primeira vez que li esse nome foi há muitíssimos anos atrás, no romance de Alberto Moravia, La ciociara, de 1957. O tema era a guerra, a violência que desmonta os homens e os recria à sua imagem e semelhança. Lembro também de fragmentos do filme de De Sica, com uma jovem e sinuosa Sophia Loren. Um papel que em 1962 rendeu o primeiro Oscar a uma atriz de língua não inglesa.

Quase 50 anos depois, voltei a ouvir aquele nome. Outra guerra, diferente, menos evidente, outra violência construída, enterrada, re-emersa. Dessa vez à imagem e semelhança de indústrias, coisas, progresso.
A Ciociaria está situada na região sudeste do Lácio (Lázio). Dentro dela existe um vale e um rio com os mesmos nomes, Sacco. Esse rio corre por mais de 80 km e banha toda uma área predominantemente agrícola, composta em boa parte por empresas familiares. A paisagem é normalmente maravilhosa, com colinas suaves e verdíssimas marcadas por criações de ovelhas, de vacas leiteiras — que abasteciam algumas das principais indústrias produtoras de leite a nível nacional, como a Parmalat, a Granarolo — e por rebanhos de búfalas para a produção da deliciosa mozzarella.
No ano de 2005 o Vale do Sacco começou a viver um pesadelo. O noticiário da tv mostrava dezenas de vacas mortas ou agonizando à beira de um afluente do rio. Os produtores de leite locais estavam desesperados. O resultado dos exames nos corpos dos animais indicava um nome: cianureto. Uma substância química de ação rapidíssima, um dos venenos mais letais.
Os animais tinham ingerido aquela substância, presente no afluente do Sacco.
Essa, porém, foi apenas a ponta do iceberg, uma pequena mostra dos venenos que contaminaram a belíssima Ciociaria.
No rio Sacco, na terra, no feno, no milho, no leite, nos animais, na cadeia alimentar inteira e nos seres humanos foi comprovada a presença de beta cloro ciclo hexano (B-HCH), um subproduto do Lindano, pesticida base do DDT, proibido na Itália desde 2001. Esse pesticida era produzido anos antes pela indústria química situada no Distrito Industrial, chamada Snia-Pbd.
Tudo o que estava entre 1 quilômetro das margens do rio Sacco foi considerado contaminado. As consequências econômicas foram devastadoras. Foi declarado estado de emegência nas cidades de Colleferro, Gavignano, Segni, Paliano, Anagni, Sgurgola, Morolo, Supino, Ferentino. Dezenas de empresas agrícolas foram obrigadas a fechar, mais de 5 mil cabeças de gado foram sacrificadas e a economia do Vale do Sacco, constituida por mais de 800 fábricas de leite,  caiu de joelhos.

E não é só isso:
As pesquisas sanitárias derivadas desse episódio e efetuadas sobre um grupo de habitantes constataram a presença, além da terrível toxina do DDT, também de traços de metais pesados como o cadmio, o mercúrio e o chumbo. Cerca de 55% dos habitantes analisados que viviam nas margens do rio foram considerados contaminados de maneira irreversível. Terão que ser monitorados pelo resto da vida.
Em pouco tempo, o B-HCH pode atingir o sistema nervoso central; no longo prazo pode ter efeito sobre o sangue, o fígado, os rins. Alguns testes de laboratório efetuados em animais indicaram a possibilidade de causar problemas de reprodução e de desenvolvimento no ser humano. Pesquisas sanitárias italianas demonstram percentuais acima da média nacional de vários tipos de câncer, doenças respiratórias e aumento da infertilidade na região.
Nós somos as cobaias do mundo sobre o estudo do impacto dos pesticidas no organismo humano“.

Quem fala é Alberto Valleriani, presidente da Rede pela Tutela do Vale do Sacco (Retuvasa), associação criada há cerca de 2 anos para monitorar, divulgar e denunciar os problemas ambientais e sanitários da região. Ele explica como não existem estudos científicos internacionais sobre as consequências dos pesticidas no organismo humano, fala como os prefeitos e a política local aceitou e fechou os olhos, durante décadas, para a indústria química e bélica local que existe desde antes da primeira guerra mundial. “Os prefeitos procuravam minimizar os problemas de saúde que esse tipo de pólo industrial pode causar. As indústrias usavam a desculpa de serem fundamentais para a econômia e o desenvolvimento da região”.
Como se diz, viver para morrer.
Uma história que precisa ser contada…
(continua)

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